Normalmente, quando pensamos no ambiente escolar, lembramos das carteiras enfileiradas, dos alunos quietos ou sendo chamados a ficarem em silêncio e a prestarem muita atenção no professor que fala, escreve e explica. Nessa perspectiva, toda a ação educativa é centrada no docente; é ele quem assume todo o processo ativo para si, relegando ao aluno uma posição passiva, de mero espectador, cujas únicas ações limitam-se a, além de prestar atenção no professor, anotar e memorizar tudo o que é dito.
Outra aspecto muito lembrado, quando nos recordamos da escola, é que, as vezes, dependendo da pergunta feita pelo aluno, o professor responde: “isso veremos adiante”, ou, “isso veremos em outra aula”, ou ainda “isso já e ciências, agora é aula de matemática”. O ensino, portanto, tem características compartimentadas e é estruturado a partir de uma lógica no qual se crê que o aluno seja capaz de apreender a realidade complexa por meio de seu parcelamento em disciplinas.
Será que conseguimos entender o que é um elefante sem vê-lo por completo, somente assistindo explicações individuais de cada uma de suas partes? Creio que conseguimos sim, mas é muito mais difícil, concorda? A cultura Maker é uma estratégia que nasce da perspectiva de que atualmente, ao mesmo tempo que temos diferentes tecnologias a nossa disposição para facilitar nossas vidas, há, cada vez mais a necessidade de pensarmos sobre a importância da preservação do meio ambiente e adotarmos medidas de sustentabilidade. É neste contexto que surgiu a filosofia: “Do you for self”, ou seja, “Faça você mesmo”.
Assim sendo, a cultura Maker na escola constitui-se no ato pedagógico de desafiar os alunos a se debruçarem sobre os problemas que afligem a sociedade e a pensarem em soluções sustentáveis, buscando implementa-las na prática, pondo a mão na massa: desenhando, recortando, colando, parafusando, manuseando diferentes ferramentas e máquinas, tais como: alicates, martelos, lixadeira, impressora 3D, fresadora a laser, tudo como segurança e muito cuidado.
Desse modo os estudantes não apenas desenvolverão habilidades conceituais integradas, tendo em vista que para resolver problemas reais é necessário uma integração de saberes, mas também e principalmente, procedimentais (saber fazer) e atitudinais (saber se relacionar).